O Brasil perdeu nesta quinta-feira, 27 de outubro, uma lendas do jornalismo esportivo nacional: Luiz Mendes.
O último adeus a Luiz Mendes
Amigos, ouvintes e parentes aproveitam a manhã desta sexta para se despedir do comentarista, que é velado na sede do Botafogo
Será enterrado às 10h da manhã, no cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio, o comentarista esportivo da Rádio Globo Luiz Mendes. Ele morreu nesta quinta-feira, aos 87 anos, em consequência de complicações decorrentes de uma leucemia.
O comentarista da palavra fácil está sendo velado no salão nobre da sede social do Botafogo, time do coração de Luiz Mendes, que decretou três dias de luto. Ele tinha 71 anos de carreira e foi um dos fundadores da Rádio Globo. Luiz Mendes foi casado por 64 anos com a atriz e radialista Daisy Lucidy, com quem teve um filho, Luiz Mendes Junior.

'Esse carinho mostra como ele foi amado', se emociona a esposa
Adeus, Luiz Mendes!
Luiz Mendes, gaúcho, botafoguense de coração, o comentarista da palavra fácil, foi um craque do microfone esportivo. Na 'latinha', foi testemunha dos mais importantes eventos esportivos do Brasil e do mundo em mais de 70 anos de profissão - o único brasileiro a transmitir a final da Copa do Mundo de 1954. Dono de uma fala simples e envolvente, de memória ampla e impressionante, de carisma e simpatia sem pares, Luiz Mendes deixa o país órfão e o futebol triste ao morrer aos 87 anos, no Rio de Janeiro.
‘Ele foi uma unanimidade’, se emociona Daisy Lúcidi ao se despedir do marido.
Luiz Mendes estava internado desde o dia 18 de outubro, por causa de uma infecção urinária e complicações decorrentes de diabetes e leucemia.

ALGUNS COMENTARIOS DE OUVINTES:
- SERGIO ALLAN ALVES CARVALHO escreveu em 28/10/2011 as 08:55Sou Radialista a 13 anos... moro em Porteirinha no interior de Minas Gerais tenho 32 anos e ouvia Luiz Mendes desde os meus 15 anos de idade... muito do que sei nesses 13 anos de rádio aprendi ouvindo o Fenomeno do Rádio LUIZ MENDES... DE VC VOU SEMPRE TER UMA INCONSOLAVEL SAUDADE!!!!
- Tacio Bastos Bonfim escreveu em 28/10/2011 as 08:40Minha gente!!! Sou torcedor fo Flu e em 2005 o Luiz eternizou uma frase que nunca vou me esquecer.. O FLUMINENSE É O TIME QUE SE RECUSA A PERDER!!! Vc foi e sempre será uma lenda viva em nossos corações!!! Ibirataia BA esta em luto por vc....
- ROBERTO COSTA DE SOUZA LEAL escreveu em 28/10/2011 as 08:17Ontem, por volta das 17h, voltando para minha casa de carro, tomei conhecimento pelo rádio, da morte de Luiz Mendes. Fui escutando o Programa que a Radio Globo apresentou em homenagem ao Meste. Fui chorando ate em casa na Barra da Tijuca, escutando os cometário do Garotinho, do Dení Menezes, Washington Rodrigues e outros, Pensei que o Tchê fosse imortal. Ainda bem que é. Até meu amigo.
Luiz Mendes ((direita)
- Considero Garrincha o Charles Chaplin, o Pelé, o Marlon Brando'
'O meu jogo inesquecível foi contra a Suécia, em 1958'
Uma voz, muitas vidas
A morte de Luiz Mendes é um duro golpe para todos nós botafoguenses que, inconscientemente, acreditamos na imortalidade. Que achamos que sempre vimos o Botafogo jogar e que veremos o Botafogo em campo até depois do fim dos tempos. Até mesmo depois que a gente não estiver mais por aqui.Sua voz, límpida e segura, acompanhou minha infância, adolescência, a vida adulta, agora a chegada da meia-idade. A cada semana, ouvir Mendes era esquecer a dureza concreta do cotidiano (da escola, do vestibular, da faculdade, do trabalho) e mergulhar num universo de lembranças e de esperanças – porque, aprendi isso desde cedo com o Pereirão, o rádio tem essa capacidade única: nos leva para outros lugares, outros tempos, outras vidas – inclusive as que a gente não viveu.
Por meio das lembranças de Luiz Mendes, eu vi o que eu não pude ver: vi Nilton Santos avançar, vi Garrincha driblar, vi Paulo Cesar Caju provocar, vi Jairzinho comemorar, vi, enfim, o mais glorioso Botafogo brilhar.Não só isso, claro. Com menos emoção mas igual admiração, me encantei ao vê-lo relembrar os grandes jogos das mais inesquecíveis Copas do Mundo, um Brasil que realmente tinha amor à camisa, um Brasil que dava orgulho, um Brasil pelo qual valia a pena torcer.E, mais, é na serenidade de sábios como Luiz Mendes que me espelho para tentar entender o motivo de tanta paixão, tanto sofrimento, tanta ansiedade, tanta emoção pelo destino de um time. Um destino em que nada posso interferir, em que sou refém de pés, mãos, corações, cérebros e apitos alheios.Ainda não consegui. Mas, por conta do exemplo do Luiz Mendes e de outros grandes alvinegros que carrego nas lembranças, no sangue e no coração, eu continuarei tentando. Um dia chegarei lá.Enquanto isso, só tenho mais uma coisa a dizer:Obrigado, muito obrigado, Luiz Mendes, por me ajudar a conhecer e a escrever a minha história.
'No rádio, a narração é muito emocionante, pode causar um infarte'
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