BOTAFOGO PODE PERDER ATÉ R$
500 MIL SEM ENGENHÃO E CAÇA RESPONSÁVEIS
Renan Rodrigues
Do UOL, no Rio de Janeiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
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Se
o fechamento do estádio Engenhão por tempo indeterminado atrapalhará o futebol
carioca, o Botafogo, seu arrendatário, deve ser o maior prejudicado. A equipe
de General Severiano deve perder contratos para eventos, renda de jogos, além
de ter que arcar com a manutenção mensal, de cerca de R$ 400 mil. O UOL Esporte apurou
que a conta negativa pode alcançar meio milhão de reais.
Já
nesta semana, equipes de filmagem de uma agência de marketing fariam gravações
no estádio, com um valor inclusive já pago ao Alvinegro. Além disso, empresas
donas de camarotes e que exploram áreas do Engenhão com publicidades também
podem suspender ou exigir a devolução dos pagamentos, já que não terão suas
marcas exibidas sem a realização de jogos no local.
Visivelmente
chateado, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, declarou
durante
coletiva na sede da Ferj (Federação de Futebol do Rio de Janeiro), na última
terça-feira, que vai buscar ressarcimento. Ele evitou disparar contra a
Prefeitura ou contra o consórcio responsável pela conclusão do estádio, formado
por Odebrecht e OAS, mas internamente admite ir à Justiça.
“Não
sei o tamanho do prejuízo, mas sei que ele é grande. Tenho contratos de longa
duração, patrocinadores, marcas. Dependendo do tempo que o Engenhão ficar
fechado, não sei quem vai pagar essa conta. É óbvio que o prejuízo é grande.
Agora, como foi dito que tem que se procurar a solução, quem proporcionou esses
prejuízos tem de ser cobrado também. E o Botafogo vai cobrar”, declarou
Assumpção.
O
Engenhão começou a ser erguido em 2003 pela Delta, investigada na CPI do
empresário Carlinhos Cachoreira. A construtora abandonou a obra, e Odebrecht e
OAS assumiram o trabalho. Como condição, teriam imposto no contrato que não se
responsabilizariam por erros de projeto. Caso esse seja o motivo do problema na
cobertura, a Prefeitura terá que arcar com a reforma. Se o risco foi causado
por erro na execução, o consórcio será acionado.
É
justamente um possível 'empurra-empurra' sobre a responsabilidade do problema
que assusta os dirigentes alvinegros. Nenhum prazo foi dado para a reabertura,
e eles temem que as obras demorem mais até que os culpados sejam
apontados.
“A
manutenção que o Botafogo faz não tem nada a ver com a questão estrutural do
projeto. É a manutenção predial e elétrica. Teve o problema do no-break no
passado (apagões) e o Botafogo resolveu antes do consórcio dar algum parecer.
De seis em seis meses o Botafogo entrega à Prefeitura um relatório dessas
manutenções que são feitas. A questão da cobertura era feita pelo próprio
consórcio desde o início da obra, em função de ser um projeto novo, moderno”,
completou Assumpção.
Sem
o Engenhão, os clubes devem dividir seus jogos entre São Januário, Raulino de
Oliveira (em Volta Redonda) e Moacyrzão (em Macaé). Novas reuniões serão
realizadas nesta quarta-feira, e uma entrevista coletiva de engenheiros e
técnicos do consórcio dará mais explicações sobre o problema na cobertura do
estádio e o risco à população.
FONTE: Uol
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